Um aluno tropeça na perna de um outro que a balançava tranquilamente, e pronto, começa a briga, começa a situação toda de "foi vc", "mas foi sem querer", "vc fez de propósito!!"
Após acalmar a situação e conversar sobre o que realmente aconteceu, sobre ouvir o outro, sobre dar um voto de confiança, escuto uma frase que nos desrespeitava.
Sentei-me perto do aluno e disse a ele que estávamos o defendendo, por termos visto seu ato sem intenção e de repente, por que daquela reação conosco? Quando temos atitudes injustas e infundadas, precisamos reconhecer onde erramos e nos desculpar...
O aluno se calou, baixou a cabeça. Chegou a hora do intervalo, o aluno continuou ali. Conversei, expliquei a situação a fim de compreender também o que se passava de fato naquele momento, com o próprio aluno.
Silêncio... por 20 minutos, o aluno permaneceu calado, até que TODOS os outros alunos vieram até ele e falavam para ele pedir desculpas, disseram que isso não era ruim, até mesmo o aluno com quem ele teve o problema relatado no início.
Incrível, vê-lo abraçando-o e dizendo: "Ei, não fica assim, eu sou teu amigo, quero brincar com vc, vamos, estamos todos lá fora, mas queremos vc lá!"
O aluno nem levantou a cabeça, imóvel, calado. "Ele é orgulhoso, sempre foi assim!" Diziam sobre ele...
Ninguém é pra sempre aquilo que faz ou diz. Não podemos aceitar, que mesmo que atitudes sejam rotineiras rotulem alguém como sendo assim, pra sempre.
São crianças, podemos ajudá-los, orientá-los, discipliná-los com vistas a correção de atitudes e promoção de reflexão dos atos, podemos fazer a diferença, sem desistir, sem desacreditar que pode ser, pode dar certo, quem sabe? Como saberemos sem tentar?
Acreditar na mudança é o primeiro passo... acreditar ser possível dentro das possibilidades nos faz ser conscientes das ações que teremos, dos recursos que usaremos, do que queremos alcançar e todo esforço e dedicação que estaremos dispensando aos objetivos traçados.
Ao perceber a atitude dos alunos com tanto carinho e atenção, com tanta solidariedade e porque não dizer, o perdoando por suas palavras injustas, ele levanta a cabeça e fala e um segundo "desculpa"...
Todos seus colegas o abraçaram, comemoraram, foi algo de fato surpreendente. O abracei também e expliquei o valor de reconhecer os erros, que ele não precisava ter ficado sem brincar, não estava sendo impedido, o fato de ficar longe dos colegas naquele momento foi por não querer reconhecer que errou, mas que acreditava que tinha aprendido algo valorozo naquele momento: o valor da amizade e do perdão.
É é sempre assim, pode custar, pode demorar, podemos nem mesmo ver mudança, mas nunca podemos desistir, nunca!
Aproveito o momento para dar uma sugestão de um filme espetacular: "Escritores da liberdade"
Há a possibilidade de assistir pelo youtube, está separado em 9 partes.
Link da primeira parte:
Abração!
Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa.
Mahatma Gandhi
"...não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir." Albert Einstein
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